Ficheiro do 93

nível de secretismo: revirado

Toda a gente anda aí a falar que esta nova forma de jogar do Benfica é má. São pessoas que não percebem nada disto do futebol. Nos últimos anos, o Benfica entrava a ganhar, mas saía sempre a perder. O SLB de Jesus é famoso pelas suas vitórias nos campeonatos da pré-época, pelo seu jogo baseado num rolo compressor e de velocidade vertiginosa que abafava todos os adversários, praticando o melhor futebol em Portugal nos últimos anos. Mas o Benfica começou sempre bem, acabou sempre mal. E tem piorado com o passar dos anos, pois parece que cada vez chegam mais longe, cada vez estão mais perto, cada vez são mais os títulos e taças porque lutam, para apenas os perderem mesmo no fim, no último suspiro, mesmo na linha da meta. Tem sido dramático, até para mim, portista de profissão.

Os últimos finais de época do Benfica pecaram sempre por não haver títulos de campeão, nem uma tacinha de Portugal para meter no Museu Cosme Damião, nadinha. Ou melhor, houve Taças da Liga, que é um bom receptáculo para meter passas, pevides e amendoins quando temos visitas lá em casa. E onde as pessoas vêem falta de pernas, confiança e descrédito total no treinador eu vejo um plano magistral. 

Porque é que em vez de começarem a ganhar e perderem no final, começam por perder e ganhar no final? Que tal não serem campeões de pré-época, mas sim campeões nacionais? Perderam tudo ao minuto 92? Comecem a ganhar tudo ao minuto 93. É uma filosofia de jogo inovadora, entrar a perder para ganhar. Mas se quase nada resultou para o Jesus, ele que esteve quase para ganhar tudo e ficou com as mãos a abanar, talvez esta forma de jogar, este sofrimento, este descrédito de 92 minutos para um alívio absoluto aos 93 seja o caminho a tomar. Verdade que não correu da melhor forma na Madeira, mas este plano de jogo claramente não estava bem assimilado pelos jogadores.

Desde que mantenham o Maxi no 11 inicial, é meio caminho andado para a táctica resultar.

Parabéns, Benfica.

Mas vir falar do Benfica nem era minha intenção. Era mais esta que vem a seguir.

Hoje é dia 26 de Agosto. É o dia em que Anderson Luís de Souza, Deco, resolveu pôr um ponto final na sua carreira. É, apesar de tudo, um dia triste. O jogador que é considerado melhor que o Pelé pela nação portista deixou-me saudades. Para mim, o melhor jogador que vi passar no FCP.

Obrigado. Por isto.

The L Files

O L é de Long Live Deco

Ficheiro do Condutor Português

nível de secretismo: mentecapto

Todos os verões é a mesma coisa. A GNR sai à rua e inicia a operação "Verão Seguro". É aquela altura do ano em que há radares escondidos em arbustos, operações STOP ao virar da esquina e um grande número de efectivos - é assim que se diz lá na terra - espalhados pelas estradas portuguesas. Os militares vão para a rua com os seus coletes verdes fluorescente e os seus enormes cassetetes e os seus uniformes aiii, Meu Deus... OK, filme errado, vocês perceberam, são agentes da autoridade. 

Ora, isto é uma forma de refrear os ânimos de quem tem o pé pesado, é um alerta para os condutores e desperta os sentidos dos mesmos na estrada. Para o ser humano normal isto seria mais que suficiente para induzir uma atitude defensiva na sua condução. Se não o perigo de falecer contra um pinheiro a 200km/h, pelo menos a desagradável sensação de ficar €120 mais leve. No mínimo.

Mas isto é Portugal... Ao que parece tem portugueses. E, mesmo perante as evidências, vamos sempre espernear e fazer birra.

Eu vi a reportagem da RTP sobre a matéria. A estrada escolhida foi o IC 1, via mais movimentada do país por estas alturas. Boa escolha. A Brigada de Trânsito (BT) montou um radar e, metros mais à frente, lá estavam os militares a mandar encostar os condutores com excesso de velocidade. Na peça podia-se verificar o agente da BT a explicar o porquê de ser mandado parar, a razão pela qual ia ser autuado e o valor da coima. Tudo simples e fácil de aceitar perantes as provas apresentadas, né?! Não, não. Nop!

A primeira conversa é interessante. Não me recordando de forma exacta como esta decorreu consigo lembrar-me das ideias gerais. Vou fazer uma reconstrução baseada em factos reais.

Primeira conversa. Senhor com mais de 50 anos, óculos de ler.

- O senhor sabe que ia em excesso de velocidade?

- Como assim?

- O senhor ia a 120km/h numa zona que só permite circular a 90km/h.

- Ai é? Eu gostava que o senhor me explicasse onde é que isso está escrito na estrada.

- O senhor está num IC (itenerário complementar), logo, um veículo ligeiro de passageiros tem velocidade máxima permitida de 90km/h.

Cama? Quer dizer, como? Então, mas onde é que isso está escrito? A lata deste menino a dizer que só se pode andar a 90km/h aqui. Onde é que está escrito, vá?! Hmm, espera, estou a começar a lembrar-me. Acho que... espera, espera... código, código. É qualquer coisa com código, aiiii, está-me mesmo debaixo da língua... código... CÓDIGO DA ESTRADA, É ISSO! Sabes, aqueles dois exames que tens que fazer, um teórico e outro prático em que necessitas de saber velocidades, as várias vias e estradas, pesos de veículos, luzes, sinais, essas merdas, para poderes estar habilitado a conduzir. Se eu fosse agente de autoridade e apanhasse este senhor pela frente pegava-lhe na carta de condução, entregava a um bando de violadores com francas tendências homossexuais e dizia:

- Acompanhe os meus colegas por detrás daquele morro que eles explicarão tudo o que senhor precisa saber sobre velocidade. E eles repetem, se for preciso.

Segunda conversa. Uma senhora, óculos escuros e com excesso de peso e retórica.

- Isto é só para nos irem ao bolso. É uma vergonha! Porque é que vou ser multada?

- Já lhe disse, a senhora passou no nosso radar e ia em excesso de velocidade.

- Isso é mentira, não é verdade!

- É mentira?

- É sim! Então eu ia atrás duma roulotte, como é que podia ir em excesso de velocidade?

STOP.

Pois. É um argumento bom como qualquer outro. O velocímetro que se encontra à frente dos olhos já está em desuso, agora temos de ter uma roulotte à frente para saber a que velocidade vamos. A compra é um bocado dispendiosa, mas é garantido ao condutor comida e dormida ambulante e uma medida de velocidade bastante exacta. Toda a gente sabe que uma roulotte que ultrapasse os 90km/h rebenta logo e só ficam as rodinhas. É tipo airbags só que em vez de proteger e salvar vidas, mata tudo o que é bicho que esteja lá dentro. Excepto se o ocupante estiver na sanita, aí há um campo de forças, uma bolha Actimel, vá. Nunca os Lactobacillus Casei Imunitass foram tão úteis como agora o são na indústria automóvel. Bendita porcelana.

Aliás, Isso está tudo no novo código da estrada para sair no final de 2013. A explosão de roulottes em excesso de velocidade e a nova medida de velocidade a implementar em Portugal. Os americanos têm as "milhas por hora", a Europa tem (maioritariamente) os "quilómetros por hora", nós teremoss os "eu ia atrás duma roulotte". Por hora. Para vocês terem uma ideia isso é para aí cinco vezes mais que o "eu ia atrás dum tractor por hora", medida de velocidade utilizada na Antárctida pelo Pinguim Agricultor, uma subespécie mais simples e pobre do Pinguim Imperador.

Hoje é o Dia do Artista. Nada como celebrar sermos portugueses neste dia. Felicitações então.

The L Files

O L é de Lactobacillus Casei Imunitass, nome do meu próximo filho

Ficheiro do Maior

nível de secretismo: novelista

Está-se mesmo a ver onde é que isto vai dar não é?! Mas antes de avançar, por favor, cantem comigo:

Ele marca um! 

Ele marca dois! 

Ele marca três

e nós cantamos outra vez!

Tenham cuidado, ele é perigoso

Ele é o Oscar Tacuara Cardozo.

Lai lai lai lai, lai lai lai lai... ou olés, como preferirem. 

Ora bem, neste momento - e neste auditório - a minha abordagem a este assunto causou algum incómodo e indignação a algumas gentes devido à gozação tão à vista que se aproxima. Proponho-vos, então, que se cheguem à frente pois eu quero deixar-vos algumas palavras sobre o caso. Quanto aos outros, os restantes, fiquem por aqui que isto é capaz de ser giro. E eu sou capaz de precisar de ajuda a sair desta sala imaginária quando o texto terminar.

Isto é uma trama das boas, argumento rico e com imensos twists para haver muita baba e ranho por parte dos fãs, sempre a sofrerem pela má fortuna dos actores principais. O avançado paraguaio é tramado. Passados 73 dias daquele episódio de novela paraguaia (conteúdo muito, mas mesmo muito semelhante à típica novela mexicana), o Tacuara resolve-se por um mea culpa, pedindo desculpa a toda a gente, mas nunca referindo o nome de Jesus e de André Almeida. Quer-se dizer, andou toda a gente a falar que era um exagero o Freezer dizer que dentro de 5 minutos o planeta Namek ia rebentar e isso demorou 15 episódios a acontecer e o menino Tacuara demorar 73 dias a pedir desculpa é o quê? Uma assumpção tântrica? Ao menos, o Freezer conseguia rebentar 4 ou 5 Nameks com esse tempo todo. 

Depois de ver a entrevista "orquestrada" pela Benfica TV para o pedido de desculpas público do paraguaio, reparei que o menino estava quase tão gordo como o repórter que o entrevistou. Eu sempre pensei que o Cardozo carburasse à base do gasóleo, vulgo motor a diesel, dado a lenta combustão com que se move num relvado, mas afinal o combustível do menino são hidratos de carbono e carnes vermelhas. Agora já percebo porque é que o Fenerbahce deu €10M, mas o Benfica pedia €15M. É tudo uma questão de perspectiva no negócio. Os turcos valorizam a qualidade do avançado, os dirigentes do Benfica o tamanho do bandulho. 

Também reparei na falta de sinceridade do pedido de desculpas do Tacuara, pareceu-me jogada. É algo que talvez nos tenhamos que habituar na Benfica TV, pois estou muito curioso para ver as imagens televisivas que este mesmo canal vai fornecer aos restantes meios de comunicação quando ocorrerem jogos no Estádio da Luz. Sinto que esta entrevista foi o prefácio de qualquer coisa.

Outra jogada curiosa foi Fariña, que foi apontado por muitos como o sucessor de Pablo Aimar. Convém informar o jogador que era para seguir os passos do Aimar no Benfica, não no continente asiático para onde foi recambiado. 

Então e não é que afinal a galinh... quer dizer, o guarda-redes Roberto ainda pertencia ao Benfica? Olha que há coisas que realmente! Eu vou dizer uma coisa: eu já sabia que Jorge Nuno Pinto da Costa, um alegado agente de viagens que oferece viagens ao Brasil e tem ligações ao tráfico de marfim e metralhadoras AK47, tem tacto para o negócio. Mas quando ele disse, há 2 anos, que o negócio do Roberto eram milhões da treta e acerta (!!!), acho que isso lhe dá o direito de ser eleito, em termos efectivos, Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças e a Júlia Pinheiro. E vidente. Tudo ao mesmo tempo. A bola de cristal, o Freezer empresta. 

Hoje é o dia de anos da Mila Kunis. 

Enquanto vocês cantam os Parabéns, eu vou ali desarmar a tenda.

Sim, sim, estou a acampar, claro!

The L Files

O L é de Linda Mila, linda

Ficheiro Zimmerman

nível de secretismo: americanizado

Novamente tenho a teimosia de falar sobre assuntos passados, mas demorei quase a 1 mês a digerir a absolvição dum tal de George Zimmerman. O nome pode não fazer lembrar grande coisa, mas se eu disser que foi o tal que foi absolvido por um tribunal e um júri norte americano depois de ter (alegadamente) perseguido e morto um jovem de raça negra. Foi muito mau estar e azia e idas sucessivas à porcelana do WC até me conseguir recompor de mais uma pérola de decisão jurídica na chamada Terra da Oportunidade. 

Actualmente olho para os Estados Unidos e agradeço-lhes pelo McDonalds, o cinema, a sua televisão de entretenimento e a NBA. De resto, no panorama geral, a Europa vê os norte-americanos como gordos, estúpidos, racistas, xenófobos, ignorantes, corruptos, com tiques de superioridade, burros, retrógrados, amantes de armas e odiosos seres humanos. Parece uma lista de compras em que a marca de todos os itens é o mau gosto.

Senti-me finalmente capaz de abordar o assunto com o sarcasmo e comédia necessários até que vi a peça que o Daily Show e o ilustre britânico John Oliver produziram.

E resolvi ficar-me por aqui e deixar o vídeo. Eu não podia ter feito melhor.

Quero lembrar que hoje é o Dia Internacional da Cerveja. Da cerveja, não o Dia Internacional dos Tangos. Isso é bebida para gajas. Ou para homens bastante cultos.

The L Files

O L é de Luzes bebe tangos