nível de secretismo: gasoso
Hoje é para falar sobre a Síria, esse fantástico regime que está em constante auxílio aos que pretendem uma morte agonizante e dolorosa.
Afinal o ataque químico na Síria foi sem querer. Segundo o Diário de Notícias (DN), houve um erro de dosagem aquando do lançamento do ataque. As forças governamentais sírias deram o aval para se lançar mísseis com o famoso gás sarin, mas a ideia seria lançar um ataque químico com uma versão muito diluída do mortífero gás, o que resultaria num número mais reduzido de baixas.
Não é todos os dias que vemos um governo preocupado em matar pouca gente. Normalmente, quando é para lançar um ataque que envolve armamento pesado, uma pessoa pensa logo em varrer umas centenas, quiçá chegar aos milhares. O valor do míssil ao kg não deve andar barato, por isso, quantos mais falecerem melhor, digo eu. O regime sírio não, é misericordioso e está sempre a pensar no bem-estar do seu povo. Se é para matar, que seja aos poucos e não os magotes. Até agora foram só 507 mortos, contabilizando 80 crianças e 137 mulheres. Coisa pouca. Não fosse o erro de dosagem aplicado e seriam ainda menos, foi um daqueles azares imprevisíveis.
Acho curioso que falem em erro de dosagem como se fosse algo corriqueiro, como se tivessem a falar de ter-se colocado demasiado açúcar no bolo de bolacha ou do bitoque estar um bocado insosso e isso tenha contribuido para matar meio milhar de pessoas. Ainda não tive nenhuma refeição em que tenha falecido no fim. É sinal que escolho bem os restaurantes, mas se alguma vez acontecer eu aviso via póstuma. O truque principal é não jantar na Síria, porque já deu para ver que, em questões de dosagem, têm a mesma aptidão que um peixe-espada para passar roupa a ferro.
No fundo, a Síria segue os princípios do Budismo: ajudar os seres sencientes a alcançar o fim do sofrimento. A diferença é que o Buda utilizava o Nirvana, o regime sírio utiliza mísseis de médio alcance e gás que faz comichão às entranhas.
Hoje
é dia 17 de Setembro. Neste mesmo dia, em 1948, o Conde Folke Bernadotte foi assassinado em Israel quando exercia o seu trabalho de mediador para a resolução da questão Palestina. É só amor e carinho, ou seja, toda
a região do Médio Oriente é um bocado mal agradecida e não deve estar incluída
nos paraísos turísticos a visitar
desde que o Mundo aprendeu a rodar sobre si mesmo. Dá a sensação que, há
milhares de anos atrás, desde que os Australopitecos sírios aprenderam a arremessar calhaus a mamutes, que aquela zona não é muito pacífica. Parece-me uma área no mundo em que, como o Ricardo Araújo
Pereira já disse, só estão bem é a arrebentar.
The L Files
O L é de Love is in the air
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