terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ficheiro do Ano Novo

nível de secretismo: renovado


Ah, o Natal já se foi e agora chega o último dia do ano. Logo, logo a seguir vem o 1ºdia do ano seguinte, mesmo encostadinho, qual homem com o sovaco exposto na hora de ponta do Metro de Lisboa. A passagem do ano é aquela altura em que se cometem todas as más decisões, que o não transforma-se em sim, com certeza, vou experimentar tudo pela 1ªvez, apenas porque sim. É a desculpa para chegar perto do coma alcoólico, é a razão para fazer trinta por uma linha, pois tudo fica para trás, detém-se com o ano pretérito. Vira-se uma nova página, um novo ano, este, o de 2014. E que melhor forma de o começar que uma ressaca, a maquilhagem borrada, a roupa cagada? Entre amigos ou família? Ou ambos?

Hmmm, sim. Hoje a noite promete. E quanto a maquilhagem borrada, falo da cara-metade e das amigas. Eu, como é óbvio, só uso maquilhagem quando tenho espéctaculo de transformismo às sextas no Teatro do Bairro. Dou pelo nome de Cremilde, apareçam um dia destes.

Bom, desviei-me do tópico.
Mesmo que venha chuva, tempestade e almôndegas a cair do céu, a ideia é chutar sempre a bola para a frente. Não sei quanto a vós, mas eu vou começar a noite com um fondue de qualquer coisa, provavelmente carne, certamente não será queijo. Irei degustar um vinho tinto de reserva, um Adega Vila Real de 2010. Do Douro. Ui, que néctar dos Deuses. De seguida, irei a uma festa Gay, não porque aprecio festival de bombeiros com acompanhamento de salsichas. O motivo é outro, e pelo que parece, vai ser a melhor festa de passagem de ano, mesmo considerando as bichas esvoaçantes com capas de lantejoulas e peitos peludos desnudados. É a mais barata, seguramente, e o rácio qualidade de som-alcoól-valor pago é bastante simpático. Não sei como vou terminar a noite - ou o dia - mas sei que vou estar com a "minha família". E em boa companhia, não podia estar melhor. 

Desejo a todos vós um excelente Ano Novo e umas óptimas entradas para o ano de 2014.
Um desejo de maior felicidade, menos troika e mais vitórias pessoais. E que cada um de nós ganhe, pelo menos, €1000 por mês. Os que ganham mais do que isto, façam favor de devolver para o bem comum.

The L Files pretende que todos tenham um excelente 


Hoje é dia 31 de Dezembro e neste dia em 1502, César Bórgia, com o intuito de se livrar dos seus inimigos, convidou-os a todos para jantar no seu palácio apenas para, no final, assassiná-los. A forma de assassinato não me é explícita, embora possa imaginar envenenamento ou balázios no bucho. Portanto, má passagem de ano. Péssima passagem de ano! Vamos tentar evitar genocídios e ódios de estimação, sim?!

The L Files
O L é de Livin' La Vida Loca

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ficheiro do Natal

nível de secretismo: muito estúpido, muito mesmo


Ah, o Natal.
Essa época de intensa festividade, paz e amor. Eu disse paz? Peço desculpa, paz só se for o som de uma pá pelos cornos abaixo de milhões de portugueses, uma bela duma onomatopeia de pancada seguido dum desmaio colectivo de toda uma nação. 

A malta aparvalha um bocado com o Natal, não é? Eu tenho vindo a perder o gosto pela época natalícia desde que eu descobri que afinal não existia um gordo vestido de vermelho que descia pela chaminé com um saco de prendas. Isto perdeu um bocado a magia a partir daí. Também era de desconfiar, um badocha caber numa chaminé e nunca ficar cagado de fuligem é obra. Quem é que iria acreditar numa história dessas? Só um puto com muita imaginação como eu. Era muito crédulo e inocente. Eu nem tinha chaminé lá em casa e mesmo assim acreditava que o gajo entrava pelo exaustor do esquentador. 

Em que medida é que o consumismo selvagem e exacerbado é fofinho e se coaduna com o Natal? O que é que as filas de trânsito, de gente e de gente para a casa-de-banho contribuem para esta época festiva? O que é que uma loja da Primark, com centenas de pessoas a ziguezaguear, tem para oferecer no que concerne a amor, paz e harmonia, excepto o facto de primar pelo seu significado antónimo? 

Eu, que sigo trabalhando num site de venda de produtos e experiências online, é que agora percebo o bicho que o típico português se torna. Nada é tão equilibrado e harmonioso como um site de vendas pela altura do Natal. Imaginem um casal de bichas, um israelita  e um palestiniano que gosta muito de cachorros quentes e quer oferecer uma pele de prepúcio ao israelita pela altura do Hannukah, mas a encomenda não chega a tempo e isso acaba por traduzir-se num divórcio feio em que o palestino fica com metade do dinheiro do israelita e arranja um novo namorado brasileiro chamado Sansão. É esse género de confusão e catástrofe que vos estou a falar.

Ai, que a palete de queijos que encomendei não vai chegar a tempo do Natal. Ui, que a trotinete que o meu sobrinho sonha ter desde que sabe andar e lavar-se debaixo dos sovacos já não há em azul. MEU DEUS, que as garrafas de vinho que pedi partiram-se pelo caminho e já não chegam a tempo de embebedar a família toda no Natal. E de quem é a culpa? É minha, é a do colega do lado que está a atender aquela besta execrável, é de todos nós. Portanto, toca de abrir o rabinho e sentirmo-nos mesmo muito incompetentes, sem nunca saber verdadeiramente o que se passa. Cheguei à véspera de Natal com a nítida sensação de sintomas iniciais de nanismo. E depois de passar por 2 semanas de choros e lamentos das mais variadas espécies e pelas mais variadas razões, tendo a concluir que os portugueses são uns meninos birrentos e bebés chorões. Ah, e mal-educados e cheiram mal da boca, provavelmente pela imensa quantidade de falos que passam por aquelas beiças ao longo do ano. Sim, sim! 

Nada é mais importante que a prenda que devia ter chegado a tempo, mas não chegou. Furacão nas Filipinas? Não, não, o Skate Duas Rodas que está em falta na árvore lá de casa é que é. 5 miúdos levados pelo mar e provavelmente mortos? Concerteza desagradável, mas o Helicóptero Telecomandado pelo qual o meu filho passa a vida a bater punhetas é que é de vital importância. Nelson Mandela faleceu? Então e as minhas fotos personalizadas, todas iguais, com meio metro de altura para oferecer a 50 membros da família, porque dou uns ares de batráquio com trissomia 21 e não estou para me estar a chatear mais e pensar numa prenda decente para cada um deles? Oh pá, vão mas é besuntar-se com mel e mandem-se para uma caverna cheia de ursos.

Não bastasse tudo isto, parece que o cosmo gosta de me testar a paciência e, por estas alturas, lembra-se sempre de me pregar uma partida ou outra. Desta vez, foi uma jante rachada e previsível pneu vazio no meu fantástico Fiat Stilo. Agora tem uma jante branca à frente, só para dar aquele estilo de Malveira da Serra com um fio de azeite. Pior do que isso foi ter trabalhado ao Domingo. 2 VEZES! SEGUIDAS! 

Foi aí que comecei a pensar que isto do Natal não é para mim (foi antes). Deixem-me colocar isto em termos que vocês entendam o meu total desprezo pelo Natal. Para mim, o Natal é como chegar a casa a morrer de fome depois dum jogo de futsal de 2 horas e servirem-te peixe cozido com batata cozida e feijão verde. Natal é como acordar numa banheira cheia de gelo sem um rim. É como ir para a cama com uma gaja depois duma noite bem regada e verificar, no dia seguinte e todo fanfarrão, que afinal era um gajo. 

Enfim, o Natal é o feriado com maior potencial, mas é a pior altura do ano para se viver por causa dos seres-humanos, derivado da sua necessidade de exibicionismo, ostentação e pelo facto de serem animais francamente estúpidos e de visões estreitas. É um feriado bom para animais irracionais, não tanto para seres sencientes. Eu, se pudesse, gostaria de entrar em coma durante o mês de Dezembro ou hibernar. Ou falecer, desde que ressuscitasse como o outro e ainda a tempo de aproveitar a passagem de ano, esse sim, um feriado decente e maravilhoso: carregado de alcoól, demagogia e más decisões.

Em suma, o meu feriado favorito. 

Depois da tempestade vem a bonança né?!
E não, este meio de comunicação não deseja Feliz Natal a ninguém. Aqui não há Natal, favor deslocar-se ao blog seguinte.

Hoje é dia 26 de Dezembro, o primeiro dia a seguir ao Natal. Ah, maravilha. Hoje até acordei penteado e com um sorriso Pepsodent. Parece que meço mais 2 metros que antes e tenho mais 5kg de chicha entre as pernas. Ah, maravilha mesmo.


The L Files
O L é de Livre

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ficheiro do Pénalti

nível de secretismo: verdusco


Não escrevo um post há 12 dias e a malta anda para aí a dizer que ando na ronha, procrastinação e sinónimos vários de não fazer nada. Não sejam injustos que eu até ando chateado com o governo porque arranjou desemprego para tanta gente, mas para mim só me deu 6 meses disso. Agora percebo o quão difícil é manter um meio de comunicação "em pé" enquanto uma pessoa se dedica a uma profissão ao mesmo tempo. Marquem as minhas palavras: o mundo das profissões irão matar os blogs. Com nada para fazer uma pessoa entretém-se a escrever estupidez, mas assim que a mente e corpo se ocupam para ganhar dinheirinho, vai logo tudo às malvas, essa espécie de plantas herbáceas da família Malvaceae. Sim, malvas é diminutivo. É como Bom ser o diminutivo de Luzes Moreira.

Eix, havia tanta coisa que eu queria falar desde o melhor tradutor do mundo a ter um ataque de esquizofrenia no funeral de Mandela passando pelo Pai do Messi andar a lavar dinheiro com Omo ou mesmo o espectacular penalti marcado a favor do Sporting este fim-de-semana.

Achei que o último é o que carece de maior aprofundamento da questão.
Para isto parecer sério, vou puxar duma estatística.


É possível que tenham havido enfartes do miocárdio ao ver esta sondagem feita pelo Trio d'Ataque no domingo passado. Se uma pessoa já fica abananada quando vê que o Sporting, segundo a opinião das pessoas que gostam de gastar 0.60€ + IVA, é a equipa mais beneficiada do campeonato, então quando vê o FC Porto em último lugar com menos de metade da percentagem do Benfica que surge em 2ºlugar, aí sim, deve se sentir com as cuecas viradas do avesso e a mancha amarela de xixi à vista de toda a gente.

Primeiro que tudo, o mundo, essa fantástica bola rolante, tem que estar perto de acabar. O armagedão está ao virar da esquina. Aquela treta que se ouviu que em 21 de Dezembro de 2012 ia tudo rebentar por causa do alinhamento dos planetas e "beks beks", não é nada comparado com uma sondagem que coloca o FC Porto abaixo de Sporting e Benfica em termos de benefícios arbitrais. É algo utópico, é como ver um unicórnio a jogar à batalha naval com o D. Afonso Henriques, é como ver o Maradona a rejeitar um risquinho de coca, é como olhar para a Teresa Guilherme de biquíni e achar que sim senhora, aquilo é que é gaja de alto gabarito. São coisas que não acontecem e que nunca pensei presenciar durante a minha existência nesta terra. E achei que era algo para partilhar convosco, os que ainda estão vivos depois disto, mas que já não se safaram da cadeira de rodas.

O pénalti marcado a favor do Sporting este fim-de-semana é espectacular e deve ter sido um privilégio ver aquilo no estádio. Assim vale a pena pagar bilhete, para momentos destes. Perde-se aquela magia quando se vê na televisão tantas repetições consecutivas a comprovar o óbvio. Ao menos, in loco, há aquela mínima incerteza.

Eu já tinha visto uma mão fora da grande área transformada num pénalti contra o FC Porto no Estoril - FC Porto desta época. Mal eu sabia que o melhor estava para vir. E que uma disputa saudável de bola que terminou já fora de campo, sem nunca ter passado sequer perto da grande área belenense, se iria transformar numa grande penalidade a favor do Sporting. Foi tudo lindo: as 4 dioptrias do fiscal de linha, o ar surpreso e feliz do Cedric quando percebe que foi marcado pénalti a contrastar com o ar de espanto do defesa de Belém a perguntar "Hã? Pénalti onde? Mas aqui, neste estádio? Quem foi?" ao fiscal de linha, o árbitro a tirar um cheque do bolso e a vociferar que este era careca e que o Sporting era uma cambada de pelintras e que assim já não marcaria mais pénaltis, por muito óbvios que fossem. 

Bem, foi um regabofe e encheu-me o coração de felicidade e triglicéridos. Vou aguardar novos episódios desta fantástica comédia que anda aí. Quem quiser ver a série tem que gastar €28 na Sporttv ou ir para cafés beber imperiais. Antes de ir, posso partilhar uma piada que ouvi no fim-de-semana para vocês, meus leitores lagartões, abusarem do vernáculo para comigo? É só uma vez, prometo, mesmo sabendo que vou ter que sair amanhã de casa com escolta policial.

Ora, qual é o animal mais parecido com o Sporting...?
É o golfinho. Vem cá acima, faz umas palhaçadas e volta para o fundo.

É mentira, eu sei.

Hoje é dia 17 de Dezembro e quero aproveitar esta oportunidade para refutar qualquer acusação que me tenha sido feita de eu ter comparado leões a delfins. Isso foi ataque de hacker, só pode.

The L Files
O L é de Ladrão.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ficheiro do Brian Griffin

nível de secretismo: canino



Pois é. O cão que fala mais famoso do planeta teve uma morte execrável e violenta. Boémio, escritor, filantropo, rebarbado e constantemente nu, o Brian fazia lembrar aquele tio que nós gostamos muito e admiramos, excepto pela parte do nudismo. Aí é pedido para meter umas calças, se faz favor. Foi atropelado por um automóvel numa situação já tantas vezes vista na vida real. Seth Macfalarne resolveu liquidar o canino e esta acção causou logo um alvoroço dos fãs da série, qual indignação e mau estar pelo desaparecimento de uma das principais figuras numa das melhores séries de animação de sempre. Acho que nunca se sentiu tanto a perda duma personagem fictícia como até agora.

Deu para ver que o assassinato do Brian foi difícil de fazer pelo Seth, deu quase a sensação que o fez contrariado. O episódio em que tal tragédia ocorreu não teve aquela ironia, crítica social e estupidez a que estamos habituados. Foi algo mais virado para o melodramático, teve aqui e ali toques de Anatomia de Grey. A inclusão de um novo cão na família, o Vinnie, um cão italiano interpretado por Tony Sirico dos Sopranos, não apimentou a coisa, bem pelo contrário. Serviu, aliás, para criar um novo laço entre o Stewie e o Vinnie, focou-se muito mais numa nova amizade. Seth Macfarlane não se aproveitou das possíveis efemérides que um cão italiano pode ter e todos nós conseguimos ver a quantidade de material cómico que existe nos maneirismos duma personagem siciliana: cabeças de cavalo à mesa, cães mafiosos, gravatas colombianas, etc. 

Todo o episódio foi um show de baba e ranho do princípio ao fim.

Questiona-se o porquê de Seth Macfarlane retirar o Brian da série. Muitos dizem que foi para se antecipar aos Simpsons que, no início desta temporada, alertaram que uma das personagens principais da série iria "morrer". Para chocar o mundo, Seth Macfarlane ter-se-á adiantado e liquidado o Brian. Nem se coloca a questão de que teria sido pelo falecimento da "voz" do Brian pois é ele próprio que a faz. Entretanto, nos Simpsons, Mrs Krabappel desaparecia do elenco pois, efectivamente, a "voz" da personagem, essa sim, tinha acabado de falecer. Marcia Wallace abandonava este mundo e consigo levava a professora de primária Mrs Krabappel. 


Os responsáveis da série Simpsons vieram logo a terreiro afirmar que não era esta a personagem que iria desaparecer, foi apenas uma incrível e triste coincidência. E, bem vistas as coisas, talvez o momento de liquidar o Brian não tenha sido o melhor pelas razões óbvias. Os criadores de Simpsons e Family Guy (e também American Dad) andaram sempre às turras desde que coabitam na televisão, semana após semana, palermice atrás de palermice e isso só fazia bem ao espectador. Esta clivagem, fosse para os fãs dum lado ou doutro, era extremamente benéfica pois tentavam-se ultrapassar barreiras todas as semanas, todos os episódios. Esperemos que assim continue e que, no final, ganhe o Family Guy. Ou o American Dad.

Apesar de toda a polémica, nostalgia e saudosismo que a partida do Brian deixa, ainda assim, tenho alguma (boa) expectativa quanto ao Vinnie. Adoro séries baseadas no típico ítalo-americano, sempre nervoso, sempre mafioso. São o sal e pimenta desta terra, pelo que prevejo novos episódios regados a gasolina. A realidade é que o Brian era, possivelmente, a personagem mais moderada de Family Guy. Não estou a ver este a seguir os passos do seu predecessor. Só consigo imaginar muitas (mas mesmo muitas) cenas absurdas decalcadas de filmes do género de Padrinho, Goodfellas e dos Sopranos. E se é para estupidez do mais fino recorte, podem contar comigo.

Apercebo-me agora, ao acabar de escrever este texto, que eu próprio não consegui puxar pela piada do mesmo. Compreendo as dificuldades que Seth Macfarlane sentiu para dar graça àquele episódio. É como estar numa bifurcação em que o humor é para a esquerda e depressão é para a direita e, por força da natureza de se ser humano, fazemos sempre pisca para a opção destra.

Hoje é dia 5 de Dezembro e esqueci-me de informar, no início, que este texto é altamente spoiler.

The L Files
O L é de Libitina